Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal

Vencedor do Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2024

Pedro M. FernandesPedro M. Fernandes é investigador na área de Inteligência Artificial na Universidade de Lisboa. Escreveu o seu primeiro conto de ficção científica com quinze anos, narrando a descoberta do último homem na terra por um robô. Desde então, não conseguiu mais pousar a caneta. Além de escritor e investigador, Pedro é colecionador de espadas antigas, cofundador de uma start-up na área da Inteligência Artificial, músico, praticante de Krav Maga e orgulhoso dono de um cão Serra da Estrela que pesa tanto quanto ele.

Nascido em Lisboa, em 1995, foi reconhecido com o Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2024 pelo seu primeiro romance, Os Filhos de Nihil, um romance que, do rio Amarelo a Florença, das ilhas às estepes verdes, atravessa diversos locais e momentos da História da Humanidade. Cada capítulo é escrito num estilo literário diferente e dá a conhecer personagens peculiares cujas vidas e acções estão intrinsecamente ligadas a uma ideologia: o niilismo.
A história dos humanos é uma história de ideias, que brotam de mentes para se perderem nas brechas do tempo. Ou talvez não, porque há ideias que resistem, as mais belas, recusando-se a desaparecer.

Mais sobre a obra:

«Um dia, João talhou a pedra mais afiada que algum homem até então talhara.» É quase assim que começa este romance, Os Filhos de Nihil, com o nascer da ideia que surge a João, um Neandertal, quando cria a pedra mais afiada até então talhada. Esta ideia consome-o, espalhando-se pela tribo ao longo das gerações e levando eventualmente à extinção do seu povo.
Pedro M. Fernandes oferece aos leitores, em Os Filhos de Nihil, um romance que, do rio Amarelo a Florença, das ilhas às estepes verdes, atravessa diversos locais e momentos da História da Humanidade. Cada capítulo é escrito num estilo literário diferente e dá a conhecer personagens peculiares cujas vidas e acções estão intrinsecamente ligadas a uma ideologia: o niilismo.
A história dos humanos é uma história de ideias, que brotam de mentes para se perderem nas brechas do tempo. Ou talvez não, porque há ideias que resistem, as mais belas, recusando-se a desaparecer. Perdida no silêncio, por vezes, durante milhares de anos, a ideia volta a brotar, cresce na mente de um caçador nas margens do rio Amarelo e no povo que habita as margens do rio Supe. Habita a mente de um anão Olmeca e transforma o povo lacedemónio.
Emerge assim uma entidade sobre a qual as palavras não têm domínio. Um mito que nasce da ideia como uma flor nasce da terra: Nihil.

PRÉMIO LITERÁRIO 2024

A Associação Internacional de Lions Clubes – Distrito Múltiplo 115, Fundação Lions de Portugal, e a Guerra e Paz Editores têm a honra de anunciar a abertura das candidaturas ao Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal de 2023, prémio que tem um valor monetário de dois mil e quinhentos euros, atribuído ao autor da obra premiada.

As candidaturas serão recebidas por email (e só por email), numa forma muito simplificada, que facilita a participação dos autores. As condições a que devem submeter-se as candidaturas estão expressas no Regulamento que pode encontrar nas páginas online do Lions de Portugal e no site da Guerra e Paz editores.

As candidaturas abrem no dia 1 de outubro do corrente ano e encerram às 23h59 do dia 30 de novembro de 2023.

A Guerra e Paz editores publicará a obra vencedora, tal como publicou já o romance Vidas por Fios, de José Martinho Gaspar, vencedor da edição de 2019, Os Dentes do Tejo, de Evelina Gaspar, romance vencedor do Prémio de 2020, o romance vencedor de 2021, A Desaparecida, de Ricardo Lemos, e Periferia, romance de Catarina Costa, vencedor em 2022 e O lixo dos outros, de João Albano Fernandes, vencedor de 2023.

O Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal foi criado em 2011 e destina-se a premiar e publicar uma novela ou um romance de autores portugueses, tanto de autores estreantes como de autores já com obra publicada, com a condição de que sejam inéditos.

Concebido para servir a causa da leitura e para servir os autores e a literatura portuguesa, este é um prémio que se enquadra nos objetivos de ligação e divulgação da cultura que norteiam, também, a ação do Lions de Portugal.

Vencedor do Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2023

João Albano Fernandes, nasceu em Águeda em 1989, formou-se em Arquitectura pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, em 2013, e trabalha na área desde então.

Em paralelo, vem dedicando-se à escrita de ficção narrativa, tendo vencido alguns prémios literários, dos quais destaca: Prémio Jovens Criadores 2019, com o conto «A minha primeira corrida»; Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho, com o conjunto de contos Desafortunados, o seu primeiro livro publicado; Prémio Literário da Cordel d’Prata 2021, com o romance Uma Última Solidão, publicado em 2022; Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2023, com o romance O Lixo dos Outros, que agora publica.
Faz ainda teatro num grupo académico, acreditando sempre que pode falhar melhor.

Mais sobre a obra:

«Ter‑me‑ei eu esquecido de ti, Mariana?»

Que razões terão levado Florêncio, o protagonista de O Lixo dos Outros, a deixar de falar com a sua filha, Mariana, de 30 anos? Que mundos – ou serão preconceitos? – os separam? Que é feito da alegria que evoca quando vê as fotografias, sorriso de orelha a orelha, de quando ela tinha 5 anos?
Florêncio tem 55 anos e é cantoneiro há 15. Por noite, recolhe mais de cinco toneladas de lixo. Actualmente, cada pessoa produz, em média, 65 metros cúbicos de lixo por ano – o lixo suficiente para encher o volume da própria casa. As pessoas afogar-se-iam no seu próprio lixo se não fossem os cantoneiros.
Florêncio não fala com a filha há quase um ano, não aceita aquilo que ela faz. A profissão mais antiga do mundo, dizem uns. A profissão mais degradante de todas, pensa ele. Mariana não concebe que o pai, figura central da sua existência, a renegue desta forma. Não acredita que haja mais dignidade em recolher o lixo dos outros do que em servir os seus desejos. Há muito que deixou de ver as coisas assim.
Poderá ainda, um dia, Mariana voltar a correr para ele, com leveza de menina, a perguntar: «Papá, estou bonita?»

Haverá mais dignidade em recolher o lixo
dos outros do que em servir os desejos dos outros?

Vencedora do Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2022

Catarina Costa nasceu em Coimbra em 1985, cidade onde reside e trabalha. Estudou Psicologia Clínica. Tem vários livros de poesia editados: Marcas de urze (Cosmorama, 2008), Dos espaços confinados (Deriva, 2013), Síndrome de Estocolmo (Textura, 2014), Chiaroscuro (Douda Correria, 2016), A ração da noite (Companhia das Ilhas, 2016), Analema (Douda Correria, 2017), Essas alegrias violentas (Companhia das Ilhas, 2019) e O vale da estranheza (Companhia das Ilhas, 2021).

Mais sobre a obra:

A vida de uma mulher num universo totalitário.

Um romance tocado por uma tristeza tépida e quase doce,
cheio de silêncios, distância, murmúrios… e suspense.

Ninguém sabe localizar a Periferia, nem dizer de que lugar ela traça o limite. Mas é para lá, para essa orla de um lugar desconhecido, que estão a ser enviados os Pacientes que habitam a cidade, descendentes das cobaias da Experiência. Na Periferia, o ar é mais puro, dizem, e os Pacientes têm uma constituição mais frágil, carecem de cuidados especiais. Mas nem todos aceitam ir.

Uma Paciente permanece clandestina na cidade, contando com a ajuda de uma outra habitante. Deambula aleatoriamente pelas ruas todos os dias, de manhã à noite, misturada na multidão, tentando passar despercebida e evitando ostentar algum sinal, expressão ou gesto que a denuncie.

Os acontecimentos, porém, vão impedi-la de continuar no coração da cidade como perpétua foragida. A sua fuga toma a direcção dos arrabaldes e de zonas mais periféricas, novos territórios onde encontrará outros modos de sobrevivência.

Vencedor do Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2021

Ricardo Lemos, nasceu no Porto e estudou Cinema em Londres. Desde essa altura que divide o tempo entre as duas cidades. Completou um mestrado em Escrita Criativa na Universidade de Cambridge. Viveu em Nova Iorque e passou uma temporada no Tibete. Deu uma volta ao mundo, altura em que escreveu uma crónica de viagem para o Jornal de Notícias. Desaparecida, o seu primeiro romance, surge desse gosto pela viagem, mas também de uma vontade de conhecer melhor o lugar de onde se vem. Do seu interesse por histórias de família, lendas, superstições e textos dos séculos XVI e XVII. De um gosto especial pela fabulação.

Mais sobre a obra:

Desaparecida, uma aldeia à beira-mar, onde os fantasmas só morrem quando são esquecidos.
Fatimah conhece bem a terra. As histórias e as memórias que conta e repete, como se a vida toda coubesse no contar, como se o quebrar do fio antecipasse o fim do mundo.
Bartolomeu Vagamundo, um pássaro feito gente, escapa da Inquisição e embarca numa odisseia. Maria, sua descendente, chega a Desaparecida e mergulha nas suas origens: um universo de viagens, regressos, lendas e desaparecimentos.
Superstições, milagres, embustes e aventureiros, pássaros, sinfonias, baleias e aguardente: Desaparecida gravita entre o imaginário e o real, com histórias dentro de histórias − ecos que atravessam continentes e séculos e assombram a memória dos habitantes da aldeia.

Vencedora do Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2020

Evelina Gaspar, nasceu em França, no ano de 1974, no seio da comunidade portuguesa emigrada naquele país. No início da década de 80, a família regressa a Portugal, a Tomar, cidade em que a autora vive até se mudar para Vila Nova da Barquinha, onde crescem os seus dois filhos.

Antes de se dedicar seriamente à escrita, cursa Relações Internacionais e trabalha em diversas áreas, nomeadamente na dos transportes rodoviários internacionais, enquanto vai escrevendo contos e diários em blogues que mudam de nome e de cara muitas vezes ao longo dos anos.

O seu romance Na Massa do Sangue foi distinguido com o Prémio Literário Médio Tejo em 2017. Os Dentes do Tejo, vencedor do Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal de 2020, é o seu segundo romance.

O júri do Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal de 2020 salienta a «alta qualidade» e a «força evocativa» de Os Dentes do Tejo, «no que se espera que seja uma marca na e da literatura portuguesa contemporânea».

Mais sobre a obra:

Três indómitas mulheres, separadas pelo tempo e pelos costumes, unem-se no mesmo intempestivo desejo de liberdade e vivem, cada uma na sua época, vidas muito, mas mesmo muito invulgares. A primeira vê-se, de maneira insólita, categoricamente proibida de se despir no leito conjugal. A segunda, durante anos, dedica-se a jogar ao gato e ao rato com o amor, enquanto persegue uma carreira reservada a homens. E a terceira lança-se, como quem se deixar cair da beira de um precipício, numa nocturna existência desenfreada.

Através de um século XX português marcado por inúmeras turbulências políticas e sociais, vamos seguindo, por meio de um discurso narrativo depurado e imprevisto, os destinos de uma família sujeita, geração após geração, a todo o tipo de desafios em que desfila uma galeria plena de personagens extravagantes.

Ficamos, assim, a conhecer em “Os Dentes do Tejo” o coveiro moído do vinho que adormece regalado no seio dos finados que sepultou; o noivo largado no altar pela noiva lésbica; o casal surpreendido em casa pela visita de um touro foragido da arena; a mulher que incomoda os fiéis e o padre, na missa, com o seu cantar estridente; o sapateiro que alimenta um fetiche indecoroso; o alfaiate que lê os corpos que veste como se fossem livros abertos; os barqueiros na faina contra as volubilidades do rio; os amantes que se encontram em segredo numa ermida abandonada; o poeta perdido e encontrado, a prostituta da sina desgraçada…

Invulgares, estas e outras personagens, são, no entanto, bem portuguesas. Habitam um romance em que  a paisagem assume um papel essencial, com a presença omnipresente do Tejo a influir directamente na vida de todos, com as suas fúrias e os seus períodos calmos, mas onde também o vento, o sol e as árvores assumem o seu papel no cenário dos dias dos homens e das mulheres que, contrariamente ao que vai sucedendo hoje um pouco por todo o lado, não vivem de costas voltadas para a natureza, mas antes de mãos dadas com ela. Para o bem e para o mal.

Vencedor do Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2019

José Martinho Gaspar, nasceu em Água das Casas, Abrantes, em 1967. Licenciou-se em História na Universidade de Coimbra, onde também concluiu o mestrado em História Contemporânea, no âmbito do qual publicou
A Primeira República em Abrantes: Evolução Política e Acção Laicizadora e Os Discursos e o Discurso de Salazar. Particularmente interessado por história local, coordena o Centro de Estudos de História Local de Abrantes, onde dirige a revista Zahara há 17 anos. Amante de livros, bibliotecas e documentos antigos, fez uma pós-graduação em Ciências Documentais – Arquivo.
Professor de História de profissão, encontrou na escrita uma paixão. Em 2012, iniciou-se na ficção com o livro de contos Histórias Desencantadas; em 2015, trouxe a público uma obra que lhe saiu do coração, Água das Casas: Memórias de Uma Comunidade, e estreou-se na literatura para a infância com Um Mundo Quadrado: Visto Aqui Deste Lado; em 2016, publicou Sport Lisboa e Abrantes/Sport Abrantes e Benfica: 100 Anos; voltou aos contos em 2017, com Histórias de Ter de Ser. Vidas por Fios é o seu primeiro romance.

Mais sobre a obra:

Uma figura improvável sobe aos palcos da vida política. O parlamento não lhe resiste e cai-lhe nas mãos.

Manuel, jovem nascido no mundo rural de um país de regime autoritário, parte para a grande cidade. Torna-se famoso pela força hercúlea que faz dele uma autêntica grua na construção civil e um gigante no lançamento do peso e do martelo. Porém, no auge de espectacular carreira desportiva, um acontecimento inesperado faz ruir o seu mundo. Ou de como uma vida de glória se transforma numa vida por fios.
A mudança radical da vida de Manuel é acompanhada pela revolução que transforma o regime do país.
A ditadura tomba. A democracia ergue-se e Manuel, agora uma figura esmagada pelo anonimato, acaba contínuo do novo parlamento.
Posto à prova pela vida, não olha a meios para se tornar poderoso. Manuel vai mexer os cordelinhos, e a assembleia e os deputados vão passar por um longo transe orwelliano.
Metáfora de um tempo, o nosso, em que o mérito tantas vezes cede à manipulação, Vidas por Fios venceu em 2019 o Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal.